Mulher de Ben Ali denuncia "golpe de Estado planeado"
Em silêncio desde que foi para o exílio na Arábia Saudita com o marido, Leila Ben Ali, de 55 anos, decidiu agora escrever sobre a sua interpretação da Revolução de Jasmim (um termo que nunca utiliza no seu livro), que pôs fim aos 23 anos de poder do marido.
Leila Ben Ali dedica grande parte de "Ma Vérité" (A Minha Verdade, em tradução livre) a analisar o dia 14 de janeiro de 2011,data da queda de Ben Ali, que considera ter sido o culminar de uma "conspiração".
É uma fotografia de Leila, onde aparece de óculos e lenço branco, que cobre a capa do livro, no qual fala também da sua infância como "filha do povo" e do seu primeiro encontro com Ben Ali, 21 anos mais velho do que ela. Leila nega "os rumores" de que exerceu a profissão de cabeleireira e de que teve amantes.Refuta ainda o "mito da regente de Cartago", que a apresenta como uma primeira-dama com fome de poder e dinheiro. Ainda assim, reconhece as "falhas flagrantes" da sua família, Trabelsi, detestada na Tunísia.
Os erros da minha família foram amplificados lá fora e utilizados com um único objetivo:derrubar o regime de Ben Ali (...) Fomos o calcanhar de Aquiles do presidente", lamentou Leila Ben Ali no seu livro.